O Que Ensinamos

O que ensinam os luteranos

O que é a Bíblia?
- Os luteranos ensinam que a Bíblia é, em todos os seus termos, a Palavra de Deus;
- que conseqüentemente, todos os fatos nela relatados são absolutamente verdadeiros;
- que ela não contém erro; que ela interpreta-se a si mesma;
- que ela é a única verdade divina conhecida sobre a terra;
- que ela deveria ser diligentemente ouvida e estudada;
- que ela anuncia a salvação pela fé em Jesus Cristo.
Veja: 2 Pe 1.21; 1 Co 2.13; Jo 5.39; Lc 11.28.

Quem é Deus?
- Os luteranos ensinam que Deus é triúno, isto é, um Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo;
- que estas três pessoas são iguais; que ignorar ou negar um, é rejeitar a todos;
- que ele é Criador, Redentor e Santificador.
Veja: Dt 6.4; Mt 28.19; Jo 5.23; 1 Jo 2.23; Gn 1.1; Jó 12.13; Jo 1.3; Rm 15.13.

Quem é o Homem?
- Os luteranos ensinam que o homem não é produto de uma pretensa evolução, mas que foi feito por Deus por meio de um ato direto de criação;
- que lhe foi dada uma alma imortal, dotada de perfeita santidade e criada para a vida eterna;
- que, entretanto, ele pecou, rompeu a comunhão amorosa com Deus e tornou-se totalmente depravado e sujeito à morte;
- que, em seu estado natural, ele não pode, por qualquer poder ou força de sua parte, restabelecer as corretas relações com Deus.
Veja: Gn 2.7; Gn 3; Sl 14.3; Rm 5.12; Rm 3.23; Is 64.6; Sl 143,2; 1 Co 2.14

Qual é a função da Lei?
- Os luteranos ensinam que a Lei de Deus exige corações, pensamentos, palavras e ações perfeitos;
- que ela condena inteiramente a todos aqueles que a transgridem;
- que ela não pode salvar os pecadores;
- que a sua função principal desde a queda em pecado é a de levar o homem ao conhecimento de sua depravada condição e mostrar que todo homem necessita da ajuda de Deus.
Veja: Mt 5.48; Lv 19.2; Dt 27.26; Rm 3.20.

O que é o Pecado?
- Os luteranos ensinam que cada pensamento, palavra e ato cometido contrário à lei de Deus é pecado;
- que cada ser humano é pecador por nascimento;
- que todo o mal no mundo é conseqüência do pecado do homem;
- que o pecado leva à condenação e ao inferno.
Veja: 1 Jo 3.4; Jo 3.6; Rm 5.12; Sl 5.4; Sl 51.5.

O que é o Evangelho?
- Os luteranos ensinam que o evangelho não é uma lei nova ou superior, mas é a revelação especial daquilo que um Deus amoroso e misericordioso fez, e continua fazendo, através de Jesus Cristo para a salvação da humanidade;
- que ele gratuitamente oferece a todos os pecadores a justiça que está em Cristo Jesus;
- que salvará eternamente aqueles que, com fé, aceitaram as suas promessas.
Veja: Ez 33.11; 1 Tm 2.4; Lc 4.18-19; Jo 3.16; Rm 3.21-24; Rm 1.16.

Quem é Jesus Cristo?
- Os luteranos ensinam que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que é igual ao Pai em todos os sentidos;
- que ele é também o filho da virgem Maria e que foi feito homem a fim de que pudesse salvar o mundo;
- que ele satisfez as exigências da Lei divina em lugar de todos os homens, cumprindo os mandamentos de Deus em nosso lugar;
- que ele arcou com a punição dos nossos pecados sofrendo e morrendo em nosso lugar na cruz;
- que ele ressuscitou corporalmente dentre os mortos e hoje vive;
- que ele é o único caminho que nos conduz aos céus;
- que ele virá visivelmente pela segunda e última vez no fim do mundo para julgar os vivos e os mortos.
Veja: Jo 5.20,23; Jo 10.30; Jo 14.9; Mt 1.18-25; 1 Pe 2.22; Gl 4.4-5; Gl 3.13; 1 Pe 2.24; 1 Jo 2.1-2; Rm 4.25; Jo 14.19; At 1.11; At 10.42.

Como somos reconciliados com Deus?
- Os luteranos ensinam que tudo quanto era necessário para que houvesse reconciliação do mundo com Deus foi feito quando Jesus Cristo deu a vida sobre a cruz;
- que Deus, por causa de Jesus Cristo, declarou a humanidade livre da dívida e da culpa do pecado, declarou-a justa;
- que essa justificação (salvação) de toda a humanidade torna-se propriedade individual através da aceitação pessoal da mesma;
- que todos que assim, pela fé, aplicaram para si mesmos a graciosa declaração divina de reconciliação, são justificados diante de Deus – não por qualquer mérito ou dignidade, mas somente pelo amor imerecido que Cristo nós dá através da fé.
Veja: 2 Co 5.19; Rm 5.18-19; At 10.43; Rm 3.22-24,28; Ef 2.8-9.

O que é o arrependimento?
- Os luteranos ensinam que o arrependimento, no sentido bíblico do termo, é o reconhecimento do pecado e o sincero lamentar por causa dele – juntamente com o confiante pedido de perdão a Deus, em nome de Cristo;
- que ele é uma condição do coração sem o qual homem algum pode ter a esperança de ser Salvo;
- que a todo pecador verdadeiramente arrependido é assegurado o perdão gratuito e completo de Deus.
Veja: Is 55.6-7; Mt 4.17; Mc 1.15; Lc 10.13-14; At 2.38; 2 Co 7.10.

O que é a fé?
- Os luteranos ensinam que a fé é a aceitação de Jesus Cristo, por parte do pecador arrependido, como seu real e único Salvador, e a completa confiança na obra de Cristo para o perdão dos pecados e a Salvação;
- que a fé não é apenas um conhecimento intelectual da história de Jesus Cristo, mas crer, confiar e receber o que é oferecido nesta história, ou seja, o perdão dos pecados e a vida eterna;
- que aquele que permanece nesta fé até o fim será real, plena e eternamente salvo;
- que sem ela, a Salvação é impossível.
Veja: Jo 1.12,16; At 10.43; Rm 10.17; Hb 11.1; 1 Co 12.3; 1 Pe 1.5; At 16.31; Mt 24.13; Jo 3.36.

O que é a conversão?
- Os luteranos ensinam que a conversão não é uma mera mudança de hábitos, mas uma mudança do coração – um “nascimento espiritual” do homem;
- que ela é realizada pelo poder de Deus Espírito Santo por meio da Palavra e do Batismo;
- Em síntese, uma pessoa só é realmente convertida quando crê que Deus lhe perdoou graciosamente os seus pecados por amor de Cristo. A pessoa convertida é pessoa que realmente crê no Cristo humano-divino e único Salvador do pecador (Müller, John Teodore, Dogmática Cristã, p. 326).
Veja: Jl 2.13; Ez 11.19; Jr 31.18; Jo 1.12-13; 1 Jo 5.1; Is 55.3; Hb 4.12; 1 Pe 2.25.

O que é a Santificação?
- Os luteranos ensinam que a santificação é a vida que o cristão levará após a conversão; este viver produzirá bons frutos como conseqüência da fé em Jesus Cristo;
- que todos os cristãos autênticos produzem boas obras em gratidão e louvor pelo perdão recebido de Deus;
- que, embora a santificação seja um processo gradual, nós só alcançaremos a perfeição na eternidade.
Veja: Jo 3.3; 2 Co 7.1; Gl 5.6,25; 1 Ts 4.3; Ef 2.10; 1 Pe 1.15; Rm 7.15-25; Fp 3.12-14.

O que é a igreja? Por quem ela é formada?
- Os luteranos ensinam que há uma IGREJA invisível, que consiste de todos aqueles que em seus corações, verdadeira e sinceramente, aceitam Jesus Cristo como seu Salvador;
- que esta Igreja é única;
- que Jesus Cristo é seu único cabeça e Senhor;
- que todos os seus membros possuem direitos iguais;
- que ela pode ser encontrada onde quer que o Evangelho de Cristo seja conhecido, e que durará para sempre.
- Os luteranos ensinam também que há uma Igreja Cristã visível, que se compõem de todos aqueles que professam a fé cristã e se reúnem em torno da Palavra de Deus. Triste, porém, é que, por causa da inerente inclinação do homem ao mal, sempre há, na igreja como um todo, os hipócritas, os defensores de falsas doutrinas e de práticas não-cristãs. Diante disso, é dever de todo cristão sincero buscar e unir-se com aquela parte da igreja visível que retém o puro evangelho e a correta prática. Deve ser evitada a comunhão religiosa com todos aqueles que se afastam da Palavra de Deus.
Veja: Jo 18.36; Lc 17.20-21; Jo 9.31-32; Is 55.10-11; Mt 16.18; 13.47-48; 22.2-14; 15.9; 1 Co 12.13; Ef 1.22-23; 2.19-22; Rm 16.17; 2 Ts 3.6,14; 2 Co 6.14-18.

O que é o Batismo? Quem precisa dele?
- Os luteranos ensinam que o batismo é um ato ordenado por Deus que nos lava de todos os pecados;
- que ele se destina a adultos e crianças, sem exceção, e que pode ser ministrado lavando, regando, aspergindo com água ou submergido na água;
- que por meio dele, a todos que na fé receberam esse sacramento, é dada a graça de Deus, o perdão dos pecados e a promessa da vida eterna;
- que o batismo deve ser realizado sempre em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Veja: Mt 28.29; Tt 3.5; Mc 10.14; At 16.15; Hb 10.22; At 22.16; 2.38; Mc 16.16.

O que é a Santa Ceia? O que ela oferece?
- Os luteranos ensinam que o corpo e sangue de Jesus Cristo estão verdadeiramente presentes no sacramento da Santa Ceia, juntamente com o pão e o vinho;
- que a Santa Ceia não é um ato simbólico, mas um meio pelo qual Jesus oferece perdão dos pecados e fortalecimento da fé;
- que o corpo e sangue de Cristo são recebidos pelos cristãos para perdão dos pecados, fortalecimento da sua fé e crescimento na piedade;
- que aqueles que participam da Ceia sem se arrepender dos seus pecados e sem fé em Jesus Cristo não recebem as bênçãos divinas prometidas por Deus e pecam contra o corpo e sangue de Cristo.
Veja: Mt 26.26-28; 1 Co 10.16; 11.26-29; Mt 7.6.

O que é a oração a Deus?
- Os luteranos ensinam que a oração é uma comunhão dos cristãos com Deus;
- que, embora não seja um ato pelo qual se obtenha méritos ou recompensas, ela é divinamente ordenada;
- que deveria ser regularmente praticada por todo cristão para proveito próprio e para benefício de outros;
- que, se feita com fé, conforme a vontade de Deus, tem clara e segura promessa de graciosa aceitação e resposta divina.
Veja: Sl 19.14; Mt 7.7-8; Sl 50.15; 1 Tm 2.1-2,8; 1 Jo 5.14; Is 65.24; Mt 21.22.

Diabo e inferno existem?
- Os luteranos ensinam que há um grande número de espíritos (chamados de ‘demônios’ na Bíblia), dotados de poder, que são inimigos implacáveis de Deus e de sua igreja; que estes foram lançados no inferno;
- que no dia do julgamento final todos os homens que morreram sem fé em Cristo serão destinados ao mesmo inferno de tormento e condenação eternos;
- que ao permanecermos com Cristo Jesus, estamos protegidos das ações e do poder desses espíritos.
Veja: Ef 6.12; 1 Pe 5.8-9; Jd 6; Mt 25.41; Is 66.24.

Qual é a conseqüência da Morte?
- Os luteranos ensinam que após a morte física, o ser humano será ressuscitado no dia do juízo final e lá viverá novamente;
- que todas as pessoas serão julgadas por Jesus Cristo;
- que a todos os crentes em Cristo, será dada a vida eterna no céu, enquanto os descrentes serão lançados à condenação eterna.
Veja: Jo 5.28-29; Mt 25.31,46.



QUESTÕES ESPECIAIS

Temos o direito de tirar a própria vida?
- Os luteranos ensinam que a vida é um presente dado por Deus, e que tentar tirá-la é um pecado gravíssimo contra o quinto mandamento;
- que a causa de muitos suicídios tem origens espirituais e psicológicas;
- que pessoas que apresentem características, tendências suicidas, precisam ser levadas a compreenderem o valor da vida e a buscar ajuda profissional;
- que precisamos estar atentos aos sofrimentos e angústias dos amigos, colegas e familiares, pois com a ajuda de Deus, somos capazes de evitar que estes decidam acabar com as suas próprias vidas;
- que o amor de Deus, demonstrado em seu filho Jesus, revela o quanto Deus ama a cada um de nós.
Veja: Dt 30.19b-20; Jr 31.3; Sl 23.4; Mt 11.28; Sl 119.105.

Deus aceita o divórcio?
- Os luteranos ensinam que o vínculo matrimonial deve ser preservado inviolável;
- que, diante de Deus, divórcio algum é válido, a não ser em casos de adultério ou conduta maliciosa;
- que a atual tendência em se menosprezar o matrimônio só poderá resultar em danos incalculáveis ao lar, aos filhos, à igreja, ao Estado, enfim, a toda estrutura da sociedade humana;
- que Deus jamais incentiva o divórcio, mas que o permitiu pela dureza do nosso coração;
- que Deus sempre nos dá uma nova oportunidade de recomeçarmos a nossa vida, e isso também vale aos divorciados.
Veja: Gn 2.24; Mt 19.8; 1 Co 7.15.

O que é um credo?
- Os luteranos ensinam que um credo, como a palavra mesmo diz e significa (credo=eu creio), é simplesmente uma afirmação daquilo que se crê;
- que todo cristão professo tem um credo, quer ele admita ou não;
- que um credo verdadeiro não é um complemento à Bíblia, mas somente uma ênfase necessária da verdade contra aqueles que usam erroneamente a Bíblia para a defesa dos seus falsos ensinos;
- que em diferentes momentos históricos da Igreja de Cristo, as verdades bíblicas foram reafirmadas na elaboração dos credos Apostólico, Niceno e Atanasiano;
- que sem um credo a igreja está sujeita a ser tragada por um dilúvio de erros.
Veja: 1 Pe 3.15; Mt 10.32.

Podemos conciliar as verdades bíblicas e os ensinos da ciência?
- Os luteranos ensinam que, visto o Deus, que se revelou na grandeza e complexidade do universo que criou, ser o mesmo Deus que se revelou como um Deus de misericórdia e amor na obra redentora de Cristo, o Salvador, é certo que não pode haver conflito entre a verdadeira ciência e as verdades da Bíblia;
- que teorias evolucionistas e filosóficas que negam o lugar de Deus no universo, ou que tentam negar a sua revelação salvadora e santificadora são rejeitadas;
- que a ciência pode ser, e tem sido, uma forma de manifestação das grandes bênçãos de Deus sobre a humanidade.
Veja: Sl 8; 19.1;24.1-2; Hb 1.10; 11.3; Gn 1.28.

Quem é responsável pela educação religiosa?
- Os luteranos ensinam que a educação cristã na juventude não é função do Estado, mas do lar e da igreja;
- que cabe à igreja organizar escolas dominicais e planejar outras atividades que auxiliem os pais a educar os seus filhos na disciplina e ensinamentos do Senhor;
- que as atividades referentes à educação cristã e instrução de crianças e jovens é uma obrigação que os pais cristãos devem a si mesmos, aos seus filhos, à sua igreja e à pátria.
Veja: Mc 10.14; Jo 21.15; Ef 6.4.

Quem deve fazer e aplicar as leis de um país?
- Os luteranos ensinam que o princípio que estabelece a separação entre a Igreja e o estado está em harmonia com a Bíblia;
- que, diante disso, a execução das leis civis compete ao Estado e não à igreja;
- que a Igreja endereça-se ao coração do homem e age através do convencimento, não por obrigação;
- que a interferência da Igreja no Estado e vice-versa só resultará em perseguições religiosas e na destruição de um governo livre.
Veja: Jo 18.36; Mt 22.21; Rm 13,1-7.

É possível sermos ecumênicos?
- Os luteranos ensinam que a divisão que reina no seio da igreja cristã visível é uma condição deplorável, mas que não são os defensores da verdade divina os responsáveis por ela, mas sim, os que defendem e professam falsas doutrinas;
- que não pode haver verdadeira união exterior onde não há união interior, na fé em Cristo Jesus;
- que a esperança de uma cristandade unida se tornará realidade somente quando todos os cristãos professos se unirem na rejeição de todo erro e na aceitação de todas as doutrinas apresentadas na Palavra de Deus;
- que o respeito a outras religiões se torna necessário; que a verdadeira Igreja cristã buscará a sua unidade na obra salvadora de Jesus Cristo.
Veja: Rm 16.17; Ef 4.3-6.

Fonte: Kretzmann, Karl: What Lutherans Teach, Saint Louis, Concordia Publishing House, 1965. “O que Ensinam os Luteranos”, trad. Astomiro Romais. Hora Luterana, São Paulo-SP, 2007. www.horaluterana.org.br.



POR QUE BATIZAMOS CRIANÇAS?

Porque Jesus ordenou: Mt 28.19 e Mc 16.15 e 16. Crianças fazem parte de uma nação e são criaturas.

1. Têm pecado (Rm 3.23), nascem em pecado (Sl 51.5) e são por natureza filhos da ira (Ef 2.3). Assim sendo, necessitam da graça de Deus, da regeneração e do perdão. Que crianças têm pecado prova-se no fato delas morrerem, pois "o salário do pecado é a morte" Rm 5.12 e 6.23.
2. São carne, nascidas da carne (Jo 3.6) e, como tais, perdidas no pecado, pois "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus" (1Co 15.50); precisando, por isso, primeiro "nascer da água e do Espírito" - Jo 3.5.
3. Em circunstâncias normais a regeneração só pode ser efetuada na criança através do Batismo (Jo 3.5-6).
4. O batismo tomou o lugar da circuncisão (Cl 2.11-12), que era uma aliança eterna (Gn 17.7 e 11-13); e no Antigo Testamento as crianças eram circuncidadas com apenas 8 dias de idade.
5. O Novo Testamento e a história indicam que a igreja cristã sempre batizou crianças, desde os tempos apostólicos.
6. A promessa do batismo é também para elas (At 2.39), assim como a circuncisão o era para as de outrora.


Considerações gerais:
Pelas passagens acima se vê, claramente, de que há uma necessidade muito grande da criança ser batizada, pois, sendo ela pecadora, nascida da carne (e carne e sangue não podem herdar o reino de Deus), inimiga de Deus – ela precisa de um Meio de Graça para ser purificada do pecado, nascer de novo e tornar-se filha de Deus. E, pelo que sabemos, só há dois meios disso acontecer, isto é, de Deus operar a fé: Palavra de Deus e Sacramentos (Batismo e Santa Ceia). Rm 10.16,17 e Jo 3.5,6. Ora, sabemos que a criança não está em condições de ouvir e apegar-se à Palavra de Deus, para que nela se opere a fé. Resta o Batismo. Por isso diz Pedro: "Agora vos salva o Batismo" (1 Pe 3.21), "pois para vós é a promessa e para os vossos filhos" (At 2.39). Ora, se o batismo salva então quer dizer que opera a fé, pois "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Por isso é importante que sejam batizadas também as crianças, para que recebam o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).
O problema todo dos que negam o batismo infantil está no fato deles acharem que o homem precisa fazer alguma coisa para se salvar, que é o homem quem se converte, quem escolhe a Deus e a hora de sua conversão – e que a criança está impossibilitada disso. Mas vejam o que dizem as seguintes passagens bíblicas a respeito: Ef 2.8-9; Jo 6.44; 15.16; 1Co 2.14.
Mais uma coisa: Esses que tanto falam contra o batismo infantil nem batismo têm. Para eles o batismo é um mero símbolo, um meio de se passar para a igreja e nada mais. Pois jogam o essencial fora e ficam só com a casca. Vejam as seguintes passagens bíblicas se o batismo é apenas um simples ritual ou Meio poderoso da Graça pelo qual Deus nos oferece a salvação eterna (1 Pe 3.21 e Mc 16.16); lava e purifica dos pecados (At 22.16); concede remissão dos pecados (At 2.38); regenera (Tt 3.5); reveste da justiça de Cristo (Gl 3.26-27) e confere o Dom do Espírito Santo (At 2.38).
Pois é, essa gente antes de discutir sobre o batismo infantil deveria primeiro aprender o que é o batismo, qual é o seu valor! ... O simples fato de se tornar a batizar uma pessoa que já foi batizada, todas as vezes que muda de igreja, já mostra que não entendem nada de batismo, pois, de acordo com a Bíblia, o batismo é um só (Ef 4.5), e não 2, 3, 4 ... de acordo com o número de igrejas!


Respondendo objeções:
Os que negam o batismo infantil afirmam que crianças não podem ser batizadas pois não entendem nada. Perguntamos: E na circuncisão, quando se fazia a promessa de pertencer ao povo de Deus e cumprir a Sua aliança (Gn 17.9), compreendiam elas o que estavam fazendo? Pois diz Paulo em Cl 2.11 e 12 que o batismo tomou o lugar da circuncisão.
Afirmam ainda que crianças não podem crer, e para receber o batismo é preciso ter fé (baseando-se em Mc 16.16, onde não diz nada disso). Pois concordemos com esta afirmação. Conseqüência: Condenação eterna, pois "quem não crer será condenado" (Mc 16.16) e "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Mas Cristo diz em Mt 18.6 e Mc 9.42 que crianças podem crer. Não sabemos como é essa fé, como também não sabemos como uma pessoa que está dormindo, anestesiada ou inconsciente pode continuar a crer.
Temos, porém, que aceitar as palavras de Jesus! Nicodemos também não podia entender como isso era possível, mas Jesus lhe fez ver que isso não era obra sua, mas do Espírito de Deus (Jo 3.4-9) e que para Deus não há nada impossível (Lc 1.37; 18.27).
Afirmam igualmente que as crianças não necessitam de fé, nem de regeneração, nem do perdão dos pecados e nem do batismo – porque "dos tais é o reino dos céus". Já vimos que crianças têm pecado, nascem em pecado, são carne nascidas da carne e, por natureza, inimigas de Deus. Queremos apenas dizer que, estas crianças das quais Jesus disse ser o reino dos céus estavam sob a antiga aliança, debaixo da graça da circuncisão, eram circuncidadas (Gn 17.9-14), e que, além disso, eram trazidas a Ele.
Afirmam, finalmente, que não há nenhum mandamento explícito de se batizar crianças. Respondemos: Nem que o proíba! E se não há para crianças também não há para adultos, pois, se crianças não fazem parte "de todas as nações" os adultos também não. E onde há um mandamento explícito de se dar Santa Ceia às mulheres?! E mesmo assim se dá – nós também!


O batismo infantil na história:
A Igreja cristã sempre batizou crianças, desde os tempos apostólicos. A confusão começou no século XVI com o surgimento dos anabatistas que começaram a se opor ao batismo de crianças afirmando que elas não podiam crer e que não tinham necessidade de serem regeneradas, visto não terem pecado, o que é uma grande mentira!
As seguintes afirmações de grandes autoridades bíblicas provam o que dissemos: Que a igreja sempre batizou crianças.
Irineu, nascido em 97 d.C., discípulo de Policarpo (convertido pelo apóstolo João), escreve: "A igreja aprendeu dos apóstolos a ministrar o batismo às crianças". Irineu: Contra as Heresias, vol. 2.
Justino Mártir, que chegou a ver o apóstolo João, escreve: "Cristãos de ambos os sexos, alguns de 60, outros de 70 anos de idade se tornaram discípulos pelo batismo desde a infância". Justino: Apologia, vol. 1.
Orígenes, que viveu 85 anos depois da morte do apóstolo João, escreve: "Visto que o batismo é para perdão dos pecados, as crianças também são batizadas de acordo com o costume da igreja". Wal, vol. 1, p. 104.
Clemente, mencionado em Fp 4.3, aconselha aos pais: "Batizai vossos filhos e criai-os na disciplina e correção do Senhor".
Agostinho diz: "Desde a antigüidade a igreja tem observado o batismo infantil".
A primeira versão do NT, denominada Peshita Siríaca, publicada logo após a era apostólica, traduz At 16.15 da seguinte maneira: "Ela (Lídia) foi batizada e as crianças da sua casa".
Pelágio, contemporâneo de Agostinho, um grande conhecedor da era apostólica, escreve: "Difamam-se como se eu negasse o sacramento do batismo às crianças. Jamais ouvi dizer, nem mesmo de um herético ímpio, que crianças não devem ser batizadas. Pois não há ninguém tão ignorante do escrito evangélico a ponto de ter essa opinião".

Conclusão:
Pelo que se viu está claro de que o batismo infantil é bíblico, salutar e necessário. Prezados pais, não deixem que ninguém lhes encha a cabeça dizendo que não se deve batizar crianças, colocando assim em risco a salvação dos seus filhos. Mas tragam-nos o quanto antes ao batismo, em obediência à ordem de Cristo (Mt 28.19), para que recebam logo o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).